mito grego
Aconteceu no tempo da majestade do deus Rá, que se tinha criado a si mesmo, e que se tornara rei dos homens e dos deuses. Entretanto envelheceu e os seus ossos eram como prata, a sua pele, como ouro, e os seus cabelos, como verdadeiro lápis-lazúli. Então os homens começaram a conspirar contra ele, e as noticias da conspiração chegaram-lhe ao ouvido. Rá convocou então os deuses seus seguidores: "Tragam-me o meu Olho, Chu, Tefnut, Geb, Nut, os pais e as mães que estavam comigo quando eu estava no Nun, incluindo Nun, o deus do Abismo Liquido de onde eu sai."
Rá pediu que a reunião fosse realizada em segredo, a fim de que os homens não soubessem o que eles estavam fazendo, e os deuses dirigiram-se ao palácio de Rá.
Quando os deuses chegaram e se colocaram em ordem diante da majestade de Rá, pediram que ele lhes dissesse qual era a dificuldade. Rá falou então a Nun: "O tu, o mais velho de quem eu vim, e vos, deuses primígenos! Os homens planeiam o mal contra mim. Que devo eu fazer? Não os quero destruir, enquanto não ouvir a vossa opinião."
Disse Nun: "Meu filho Rá, tú que es maior do que eu, de quem saíste, e mais velho do que aquele que te fez, senta-te calmamente no teu trono. Grande é o terror que reina quando o teu Olho, o Sol, avança contra aqueles que conspiram contra ti."
Disse Rá: "Fugiram para o deserto, apavorados de que eu pudesse falar com eles."
E os deuses disseram: "Manda o teu Olho apanhar aqueles que conspiram contra ti. Manda-o como Hathor.
Aceitando o conselho, Rá enviou o seu Olho na forma da deusa Hathor. Esta dirigiu-se, cheia de fúria, para o deserto e exerceu a vingança de Rá sobre os homens que tinham fugido para lá. Quando ela voltou depois de haver massacrado muitos homens, Rá recebeu-a com alegria, felicitou-a pelo seu sucesso, o que a tornou posteriormente conhecida como Sekhmet, nome que quer dizer a Poderosa.
Hathor regozijou-se, infelizmente, a tal ponto com o seu feito sangrento