Missão dos discipulos de Jesus
(Mc. 9.49-50; 4.21; Lc. 14. 34-35; 8.16)
5.13-16 – Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.
Há uma relativa mudança de foco, enquanto nas bem-aventuranças há uma ênfase sobre as exigências para os súditos do reino em relação a Deus, aos homens e a sua condição neste mundo; aqui, se apresenta a responsabilidade dos discípulos diante do mundo através das boas obras.
Mateus é o único que insere essa exortação no sermão da montanha, apesar de estranha ao tema, ele faz uma re-leitura para acentuar as boas obras.
Tanto em Marcos quanto na fonte Q, o valor proverbial do sal é a prudência e a sua ausência é a estupidez (Barbaglio, 2002), assim também quem acende uma lamparina e põe debaixo do móvel evidencia uma estupidez. É provável que fosse esse o sentido primário dessas palavras.
Ao introduzir a figura da cidade edificada sobre a montanha, Mateus aponta para a dificuldade de se esconder a Palavra de Deus nos corações sem que esta se mostre àqueles ao redor através das boas obras. A cidade sobre o monte como fonte da Palavra de Deus pode ser vista em Is. 2.2-3 e 60.1-3.
A imagem da luz como sendo o Senhor Jesus aparece em Is. 42.6 e 49.6. Isto é ratificado por João no quarto evangelho, onde Jesus é apresentado como luz do mundo (Jo.8.12; 9.5).
As boas obras apontadas por Mateus não se referem às práticas religiosas ou ascéticas[1], mas às ações concretas que se refletem no próximo, principalmente nos inimigos (5.44-45).
Esta palavra de Mateus nos mostra uma