Missão Artística Francesa
Introdução
A Missão Artística Francesa foi um grupo de artistas e artífices franceses que, deslocando-se para o Brasil no início do século XIX, revolucionou o panorama das Belas-Artes no país introduzindo o sistema de ensino superior acadêmico e fortalecendo o Neoclassicismo que ali estava iniciando seu aparecimento. O grupo era liderado por Joachim Lebreton e foi amparado pelo governo de Dom João VI, mas seu trabalho tardou a frutificar, encontrando a resistência da tradição barroca firmemente enraizada e tendo de enfrentar a escassez de recursos financeiros e uma série de intrigas políticas que dissolveram boa parte do primeiro entusiasmo oficial pelo projeto.
Origem
A Missão Artística Francesa chegou ao Rio de Janeiro em 26 de março de 1816. D. João VI criou então a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, na qual os franceses teriam de formar uma nova geração de artistas e realizar projetos dentro dos cânones do estilo neoclássico, o mais moderno do seu tempo.
Para dar ares de civilização à cidade onde ia viver com a corte real, D. João VI queria uma escola em que se ensinassem pintura e arquitetura, entre outras disciplinas. Incumbiu o conde da Barca, Antonio de Araújo de Azevedo, um apaixonado pela produção intelectual na França, e o marquês de Marialva, embaixador de Portugal em Paris, de selecionarem e contratarem os artistas que integrariam a Missão. Eles não tiveram problemas para reunir um time de primeira disposto a trocar a cidade de Paris pelo Rio de Janeiro. Faziam parte da Missão, entre outros, os pintores Joachim Lebreton e Nicolas-Antoine Taunay e o arquiteto Grandjean de Montigny.
Ao todo, eram 46 pessoas, entre familiares e criados. Esses artistas tinham por tarefa instituir o ensino oficial das belas-artes no Rio de Janeiro – gravura, pintura, escultura e arquitetura –, mas foram hostilizados pelos artistas luso-brasileiros, o que retardou a fundação da Imperial Academia e Escola de Belas-Artes. Depois da