Mini artigo ''Barriga de Aluguel''
Marina Elisa de Miranda
Doação temporária do útero ou barriga de aluguel, o termo mais conhecido, tinha tudo pra ser uma das alternativas de tratamento mais emocionantes, quando se trata de uma generosidade, disponibilidade de ajudar o próximo. O grande problema, que afeta a ética e inclusive é a moral, é que esse ato muitas vezes vem sendo considerado um meio de rentabilidade, um mercado no qual se “aluga” um órgão em troca de dinheiro. Até onde isso afeta a moral?
O problema da Infertilidade Humana é um dos maiores dilemas éticos da Medicina “Os avanços da ciência colocam em debate preceitos éticos. Não podemos criar obstáculos às pesquisas científicas, mas não podemos esquecer preceitos éticos tão importantes na prática médica. As implicações dos modernos procedimentos da reprodução assistida nas relações humanas exigem profunda reflexão e não se exaurem no âmbito dos profissionais da área, dos pesquisadores, dos legisladores e dos juristas”, observa o Prof° Dr. Joji Ueno, ginecologista, diretor da Clínica GERA.
A maioria dos países não permite o pagamento do “aluguel” do útero. No Brasil, para que não haja a prática comercial, recomenda-se que as doadoras temporárias do útero devem pertencer à família da doadora genética, num parentesco de no máximo segundo grau e mediante prova de que o casal interessado é incapaz de gerar filhos. Porém esse mercado Clandestino avança rapidamente fora da lei através de um meio prático e rentável, a internet. Através dela, várias mulheres negociam o aluguel do útero, e de acordo com pesquisas, alguns contratos de gestação chegam a R$ 120 mil reais, com diversas formas de pagamento, inclusive parcelamento.
A mulher que “aluga” seu útero, se coloca como uma mercadoria em uma prateleira, usando de adjetivos favoráveis a uma gestação como, boa saúde, boa fisionomia, boas características,