Minhas memórias
Eliene Soares Santana oliveira
Nasce uma vocacionado ao magistério
Filha de professora de um casal de lavradores. Meu pai era semialfabetizado e minha mãe atualmente é estudante do TOPA (aos 87 anos). Fui alfabetizada naquelas escolas particulares com professores leigos, que ensinavam na própria casa. Não tenho lembranças lúcidas de muita coisa da minha alfabetização, pois fui muito perseguida pelo meu pai, pelo fato de ter nascido canhestra e ele não aceitava. Quando ele chegou à maturidade pediu-me perdão; perdoei-o, porém, ficaram seqüelas. Sou feliz e muito grata a Deus por ter nascido deste casal que não teve destaque social, cultural financeiro nem político, na cidade, e no estado onde moramos, mas, nos deixou legados inestimáveis.
Lembro perfeitamente que lá em casa não tinha, se quer dicionário nem gramática, porém, a gente dispunha com fartura de bíblias e das revistas da Escola bíblica dominical, as quais eram lidas todos os dias no culto doméstico. Meu pai lia com a gente e eu via e ouvia ele lendo individualmente. Isso foi bastante para eu tomar gosto pela leitura, pois, gosto muito de ler. E com esse material supramencionado eu brincava de escola com meus irmãos e vizinhos e eu era a professora e me sentia muito feliz! À noite eu tentava alfabetizar os adultos e dentro da nossa realidade fazíamos o possível. Meus pais sempre demonstraram grande apreço pelos professores e sonhavam com filhos e netos professores.
A humanidade não precisa de heróis nem deuses, mas de seres humanos que reconheçam suas tolices e assumam suas limitações e imperfeições. Como diz AUGUSTO CURY (2010, p.12).
Passei boa tarde dos meus dias, trabalhando no comercio, oito horas por dia; uma carga horária cansativa, e que apesar de dar tudo de mim, sentia que me faltava alguma coisa, e minha mãe sempre dizia: minha filha vá estudar para ser uma