Minha terra
O uso de plantas para a cura de doenças tem sido uma prática quase tão antiga quanto a existência do homem; contudo, seu uso já foi justificativa para que muitos fossem jogados à fogueira da Santa Inquisição.
Em um pequeno município do Maranhão, chamado Lago do Junco, esse costume era passado de mãe para filhos, e essa prática se dava tanto em razão da falta de recursos da comunidade para adquirir remédios quanto da ausência de um posto médico onde as pessoas pudessem ser atendidas.
"As plantas medicinais brasileiras não curam apenas, fazem milagres." (Von Martius) Possuidor de uma vasta e diversificada flora, o Maranhão tem, entre as várias tradições do seu povo, especialmente os que vivem na zona rural, a prática do uso de plantas medicinais no tratamento de várias doenças.
No município de Lago do Junco, essa prática diferenciou-se, em virtude de a comunidade tê-la transformado em uma forma de melhorar sua qualidade de vida, por meio da implantação do Horto e da Farmácia Fitoterápica, que foi resultado do Fórum de Desenvolvimento Local,2 em 1999, e que teve como principais parceiros a Prefeitura Municipal, a Paróquia São José e as lideranças locais.
"A idéia é aproveitar a diversidade da flora local e estimular o cultivo de plantas medicinais que, de certa forma, já é uma prática da região, e já faz parte da cultura local. É possível, a médio prazo, produzir o suficiente para exportar o excedente que não for assimilado pelo mercado local", disse Edimar Nascimento dos Santos, consultor do Sebrae para o projeto na época da criação da Farmácia Fitoterápica de Lago do