Mineralogia-liberação
INTRODUÇÃO
A liberação é um parâmetro bastante importante no âmbito do tratamento de minérios pois representa um pré-requisito importante para a utilização de métodos de concentração. Para que se possa entender seu significado, considere-se o sistema mostrado abaixo na figura 3.23.
Figura 3.23 - Representação esquemática de um sistema constituído por duas espécies minerais: uma útil (com valor econômico) e outra não útil (sem valor econômico).
O sistema, apresentado na figura 3.23, apresenta uma condição de liberdade/associação entre as duas espécies minerais presentes (útil e não útil). Nessa condição verifica-se a existência de partículas constituídas por somente uma das espécies minerais e aquelas constituídas pelas duas. As primeiras são chamadas livres e as outras mistas.
A liberação pode ser conceituada como a condição de liberdade mútua entre minerais presentes em um dado sistema. Pode ser obtida por meio de fraturamento ao longo dos grãos minerais ou por simples destacamento destes grãos. O primeiro caso é característico dos sistemas em que os minerais estão em um grau de consolidação mais elevado.
O segundo ocorre quando uma matriz friável serve como elemento ligante dos grãos minerais, litologicamente consolidados. Deve-se observar que ela pode existir de forma natural, como no caso do ouro, diamante, cassiterita e monazita quando ocorrem sob a forma de espécies livres misturadas a areia e/ou cascalho de aluvião, mas na maioria dos casos ela é atingida através da fragmentação. Existe uma relação direta entre a fragmentação e a liberação, ou seja, quanto maior o grau de redução sofrido pelas partículas maior será a liberação. Na prática há limites tecnológicos e econômicos para a fragmentação de um dado material.
A quantificação da liberação de uma dada espécie mineral em um dado sistema é feita através do grau de liberação que foi definido por Gaudin como sendo:
gli =__qli_____ x100 qli+qmi
(Eq. 3.27)