Milton Santos
Por uma outra globalização. Grandes mudanças no final do séc. XX, a nível global, unificaram o mundo, através das novas condições técnicas, trata-se de uma globalização perversa. A ideologia que legitima as ações da época e influencia o caráter das pessoas, é fornecida pela emergente tirania do dinheiro e da informação que são intimamente relacionados. Devido a confusão de valores, instala-se facilmente totalitarismos, como a competitividade que sugerem a produção e o consumo, há uma violência estrutural na forma de agir do Estado, das empresas e dos indivíduos, em decorrência da mesma. A perversidade sistêmica é um dos seus resultados. Sentindo-se desamparadas, as pessoas são incentivadas a resgatar práticas cotidianas que há algumas décadas eram moralmente condenadas. Há um encolhimento das funções sociais e políticas do Estado, a o passo que aumenta o papel político das empresas na regulação da vida social. A violência da informação. O papel despótico da informação: a tecnologia que deveria ampliar o conhecimento, todavia é utilizada por atores em função de seus objetivos particulares, apropriada por Estados e empresas serve para aprofundar os processos de criação de desigualdades. A grande massa recebe informação manipulada, que a o invés de esclarecer, confunde; o que é grave, pois é um dado essencial e imprescindível, a mesma se apresenta como ideologia. O discurso antecede parte das ações humanas, na técnica, na produção, no consumo e poder, por isso a relevância da ideologia nesses pontos, confundindo-se com a realidade na apreciação do homem comum. A informação atual tem por objetivo, instruir ou convencer, essa última através da publicidade, antecipa a produção. Em função da competitividade as empresas não podem mais existir sem a publicidade, pois há uma relação carnal entra a produção da notícia, com a produção das coisas e das normas. Atualmente propaga-se tudo, até a política, em grande parte é