Mill, john stuart. “capítulos i e v”. sobre a liberdade.
No Capítulo I, Mill define liberdade civil como o limite definido do poder que a sociedade tem sobre cada indivíduo. O autor faz uma busca histórica sobre o conceito de liberdade, começando com a Grécia e Roma antigas e prosseguindo para a Inglaterra. No passado, a liberdade significava principalmente proteção contra a tirania. Ao longo do tempo, o significado de liberdade mudou junto com o papel dos governantes, que passaram a ser vistos como servidores do povo, ao invés de mestres. Esta evolução trouxe um novo problema: a tirania da maioria, em que uma maioria democrática força a sua vontade sobre a minoria. Assim o Estado poderia exercer um poder tirânico, mesmo fora do âmbito político, quando a opinião pública tiver o poder de reprimir a individualidade. Aqui, a própria sociedade torna-se o tirano, buscando impor sua vontade e seus valores aos outros. Em seguida, Mill observa que a liberdade pode ser dividida em três tipos, cada um dos quais deve ser reconhecido e respeitado por toda sociedade livre. Primeiro, há a liberdade de pensamento e opinião. O segundo tipo é a liberdade de gostos e buscas, ou a liberdade para planejar nossas próprias vidas. O Terceiro e último é a liberdade para se juntar a outros indivíduos que compartilhem a mesma opinião, para um objetivo comum que não faça mal a ninguém.
Já o Capítulo V resume e elucida o duplo argumento de Mill. Primeiro, os indivíduos não podem ser responsabilizados perante a sociedade por comportamentos e ações que afetam apenas eles mesmos. Segundo, uma pessoa é responsável por qualquer tipo de comportamento ou ação que prejudica os outros, e, nesses casos, é responsabilidade da sociedade para punir e restringir esse tipo de comportamento e ação. No entanto, Mill diz que existem alguns tipos de ações que certamente podem prejudicar os outros, mas que também podem trazer um maior benefício para a sociedade, como em uma concorrência comercial, em que