Migrações
São quase 16 milhões de pessoas em 21 países de África os deslocados forçados, frequentemente populações inteiras, que fogem de combates, da escassez de alimentos e de catástrofes naturais, com as mulheres e crianças a constituírem 70 por cento destes desenraizados. Encontram-se em grande parte em países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla inglesa), e a maioria está numa situação crítica, a precisar de assistência humanitária e protecção.
«Os deslocados internos na África estão entre os mais vulneráveis do mundo» segundo o representante do secretário-geral das Nações Unidas para os direitos humanos das pessoas deslocadas internamente. «Na última década, as taxas mais altas de mortalidade e desnutrição durante emergências humanitárias ocorreram entre pessoas internamente deslocadas na África», aponta Walter Kalin. «Em muitos casos, as pessoas foram deslocadas várias vezes e separadas dos seus lares durante anos, sem nenhuma solução duradoura em vista. Muitos enfrentam o risco de contínuos ataques armados, desnutrição, violência e exploração sexual, recrutamento militar forçado e doenças, incluindo o VIH/sida», alerta o representante do secretário-geral das Nações Unidas.
Metade dos emigrantes africanos vive noutro país do continente e nove em cada 10 refugiam-se num país fronteiriço ao seu. «São outros países africanos que sofrem o choque das fortes pressões migratórias ligadas aos conflitos e às catástrofes naturais que se dão um pouco por todo o continente, acolhendo uma grande parte dos trabalhadores migrantes» concluiu o 36.º Congresso FIDH – Fórum Migrações, promovido pela Federação Internacional dos Direitos Humanos, em Lisboa. Movimentos complexos As