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Milhões de infectados vivem no continente, onde a doença se alastra enquanto o resto do mundo assiste a tudo calado
Com pouco mais de 10% da população mundial, a África subsaariana espantosamente possui 70% de todas as pessoas infectadas com o vírus HIV no mundo. Os dados fornecidos pela ONU (Organização das Nações Unidas) indicam que em 2003 cerca de 37,8 milhões de pessoas viviam com o vírus no planeta, sendo que, desse grupo, a África subsaariana detém 25 milhões.
No continente, vários países apresentam a doença de maneira generalizada, com a população contaminada superior a 1% do total de habitantes. Na África, especialmente na sua porção meridional, a propagação do vírus vem crescendo em todas as classes sociais, não se restringindo apenas aos chamados grupos de risco.
A situação africana é tão grave que a ONU considera que a Aids já virou uma epidemia em alguns países. Desde a década de 1980, aproximadamente 11 milhões de pessoas morreram na África meridional, vítimas da doença, e atualmente sete países apresentam mais de 15% da população total infectada com o vírus. Botsuana e Suazilândia são os países com maiores taxas, respectivamente 38,8% e 37,3%. Logo atrás vêm Lesoto (28,9%), Zimbábue (24,6%), África do Sul (21,5%), Namíbia (21,3%) e Zâmbia (16,5%). O Brasil tem 540 000 pessoas infectadas, uma taxa de contaminação de 0,35% da população.
Em Botsuana, o país mais afetado pelo HIV; mais de um terço da população adulta está infectado. Lá um recém-nascido tem como expectativa de vida apenas 36 anos, praticamente metade do que viveria se a doença não existisse. Burkina Fasso, 20° país mais afetado pela doença, possui 330 000 adultos soropositivos, e a expectativa de vida caiu oito anos.
Os dados estatísticos mostram que as mulheres africanas se contaminam mais precocemente que os homens e que a diferença entre homens e mulheres contaminadas continua crescendo. Hoje, para cada grupo com 13 mulheres