microconto
Percebe-se que ao lermos o conto do escritor Dalton Trevisan, o leitor tem que assumir uma posição de co-autoria, partindo do fragmento e reconstituindo a imagem integral do texto. É um realismo cruel na sociedade que toca em pontos nevrálgicos da sociedade. Uma das figuras de linguagem analisada é a hipérbole ( expressão exagerada com intuito de realçar uma idéia. – “ Ele a cobre de soço e pontapé “, ocorrendo também uma função emotiva pelo emissor, pela presença da interrogação. Seus contos têm como tema principal os conflitos de amor, seus personagem são eternos inimigos, envolto pelo ódio, desgastados pelo convívio familiar, como ocorre no conto, demolidos pela mútua decepção, são adversários irados e agressivos a se ferirem incessantemente. Essa relação que ocorre na sociedade, esses indivíduos dotados de impulsos, instintos e desejos herdados da natureza. Para conviverem pacificamente, os indivíduos devem aprender a limitar seus impulsos, desejos e instintos, que geralmente são violentos ou sexuais. Nesse caso do conto de Trevisan não ocorre a socialização na família. Seus personagem são maridos que invariavelmente maltratam, humilham as suas esposas e filhos, a contínua violência física que infligem uns aos outros reveste-se de uma terrível naturalidade com um tom agressivo em sua narrativa e os seus filhos implorando para seu pai não maltratar a mãe, ocorrendo um conflito familiar, a instituição familiar está desgastada e desestruturada. Percebemos na leitura diante de uma questão de ponto de vista que é insolúvel, o autor procurou dar uma visão mais abrangente de seus personagens. É uma narrativa fragmentada, são flashes mínimos que, aos poucos, vão dando forma à história. Não há mais os limites protetores da família. Pelo comportamento agressivo do pai, Henri Wallon, adepto da corrente epistemológica materialista histórica e dialética, buscando a construção do psiquismo humano e construiu sua teoria pela psicogênese, ou seja,