microbiologia do solo
Prof. Marco Antonio Martins
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CAPITULO 1
1. MICROBIOLOGIA DO SOLO
1.1.
Aspectos Históricos e Evolução
A Microbiologia do Solo nasceu em 1676, juntamente com outros ramos da
Microbiologia, quando Anton Van Leeuwenhoek desenvolveu o primeiro microscópio, rudimentar mas potente o suficiente para observar o que ele chamou de “animáculos” em raspas de placa bacteriana de dente, água e material vegetal em decomposição. Entretanto, foram necessários quase dois séculos para que a Microbiologia se impusesse como Ciência, quando foi derrubada a teoria da geração espontânea para formas microscópicas de vida
(resquícios de Aristóteles), derrotando a forte oposição dos grandes químicos da época como o Barão Justus Von Liebig e Berzelius, que afirmavam ser os microrganismos “matéria orgânica sem vida”. O grande feito pode ser creditado a Louis Pasteur, que demonstrou a existência de vida sem ar (“La vie sans air”) e que cada tipo de fermentação era mediado por um microrganismo específico, desenvolvendo ainda os princípios da pasteurização e a imunização. A partir dessa época, na segunda metade do século XIX, ocorreram grandes descobertas na Microbiologia do Solo, embora inúmeras dessas fossem ainda incompletas.
Tentativas anteriores de comprovação da fixação biológica do nitrogênio atmosférico
(FBN) em leguminosas por Boussingault, Lawes, Gilbert e outros pesquisadores tiveram a oposição agressiva de Liebig, que afirmava que “só adubos fornecem os elementos encontrados nas
cinzas de plantas”. Estes pesquisadores fracassaram por não
estabelecerem relação entre a FBN e os nódulos, verdadeiros sítios da FBN, embora
Lachman tivesse observado bactérias nos nódulos e sugerido ser este o sítio da FBN. Entre
1886 e 1888, a FBN foi comprovada por Hellriegel e Wilfarth, e bactérias responsáveis pelo processo foram isoladas dos nódulos por