Microbiologia da pele
Na vida intrauterina, os seres humanos são livres de micro-organismos. Entretanto, após o parto, as populações microbianas normais e características começam a se estabelecer.
Muitos micro-organismos normalmente inofensivos se estabelecem no interior do corpo adulto e em sua superfície.
Um corpo humano tem aproximadamente 1 x 1013 células e pode abrigar 1 x 1014 células bacterianas.
Os micro-organismos que estabelecem uma residência mais ou menos permanente
(colonizam) mas não produzem doença em condições normais são membros da flora normal do corpo (ou microbiota normal). Já a flora transitória é constituída por micro-organismos que permanecem presentes por vários dias, semanas ou meses e depois desaparecem.
A flora normal do corpo pode ser encontrada no nariz e garganta, nos olhos, boca, pele, intestino grosso, uretra inferior e, nas mulheres, na vagina.
A flora normal pode favorecer o hospedeiro prevenindo o crescimento excessivo de micro-organismos nocivos; esse fenômeno é chamado de antagonismo microbiano, o qual envolve a competição entre os micro-organismos, resultando na proteção do hospedeiro contra a colonização por micróbios potencialmente patogênicos – a flora compete por nutrientes, produz substâncias nocivas aos invasores. A alteração do equilíbrio entre a flora normal e os micro-organismos patogênicos pode resultar em doenças.
A flora normal da pele contém bactérias aeróbicas que produzem ácidos graxos a partir do sebo; esses ácidos graxos contribuem para a inibição do crescimento de micro-organismos e, ao mesmo tempo, contribuem para o crescimento das bactérias melhor adaptadas.
Os micro-organismos que colonizam a pele tendem a ser resistentes ao ressecamento e a concentrações de sal consideradas elevadas. A lavagem vigorosa pode reduzir sua quantidade, mas não promovem sua eliminação; os micro-organismos remanescentes após a lavagem, logo reestabelecem as populações normais. As áreas do corpo com mais