II – Michel Chossudovsky considera que desde o início dos anos 80 “os programas de estabilização macroeconômica e de ajuste estrutural impostos pelo FMI e pelo BM aos países em desenvolvimento (...) têm levado centenas de milhões de pessoas ao empobrecimento”. Após a Guerra Fria o FMI e o BM, como medida de recuperar a estabilidade econômica dos principais continentes afetados pela guerra, implementaram um programa de ajuste estrutural (PAE) que vai incorporar todo o globo, até mesmo os países desenvolvidos, embora, com estrutura diferenciada. O que ocorre é que a regulação dos mercados nacionais fica nas mãos das instituições globais, como o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), OMC (Organização Mundial do Comércio), FMI (Fundo Monetário Internacional) e BM (Banco Mundial), onde é aplicada medida austera, violadoras dos direitos fundamentais dos povos, desvalorização monetária, privatização, dentre outros. Mesmo o PAE sendo aplicado em escala global, quem sofre as conseqüências desse falso programa “estabilizador da economia” é os países do terceiro mundo que permanecem com seus territórios econômicos abertos, reserva de mão-de-obra barata e recursos naturais para o grande capital internacional. Relacionando a concepção de Chossudovsky de “globalização da pobreza” com a concepção de globalização e desigualdades territoriais desenvolvida por Salama, tem-se que o processo de abertura dos mercados nacionais dos países subdesenvolvidos ao grande capital internacional não atende às propostas do acordo de Bretton Woods de “reconstrução econômica” e “estabilização das principais taxas de câmbio”, o PAE tem fortalecido a estabilidade econômica e o crescimento de riquezas somente da minoria capitalista, enquanto a maioria afunda na miséria e na fome. De forma sintética, pode-se afirmar que no texto “Globalização, desigualdades territoriais e salariais”, Salama considera que a globalização aprufunda a crise dos países latino-americanos. As grandes industrias