Miami ink paula sibilia

Paula Sibília Estratégia de visibilidade / Eu-personagem

Em seu livro “O Show do Eu“, a autora Paula Sibilia aborta diversos temas pertinentes e problematizados nos reality shows analisados (Miami Ink e London Ink). Os principais assuntos do programa são as histórias de cada cliente da loja e suas tatuagens – uma forma de expressão muito popular, principalmente entre os jovens, na sociedade atual. Entretanto, o mais relevante a ser discutido, levando em consideração a obra estudada, é a exposição midiática dos dramas vivenciados pelos clientes em um programa de grande audiência popularmente conhecido.
Paula Sibilia, em sua obra, disserta sobre a estratégia de visibilidade e a necessidade humana de agradar ao outro, isso consequentemente implica na necessidade de ser aceito. Nas palavra de Sibilia,

“Em meio aos vertiginosos processos de globalização dos mercados em uma sociedade altamente midiatizada, fascinada pela incitação à visibilidade e pelo império das celebridades, percebe-se um deslocamento daquela subjetividade “interiorizada” em direção a novas formas de autoconstrução.” (SIBILIA, 2008, p.23)

Em ralação a tatuagens, ainda podemos inferir do texto da autora que elas são a exteriorização do “eu” tornando-o visível à medida que o processo de tatuagem é uma marca na própria pele.
No xxxxxx capítulo, da xxxxx temporada da série, a cabelereira Michelle vai ao estúdio do Miami Ink para tatuar uma carpa no quadril por Chris Garver. Segundo ela, este local foi estrategicamente escolhido para que ninguém possa ver a nova tattoo. Ami James ao narrar o reality diz “Michelle ama suas tatuagens, mas não sente que precisa mostrá-las para o mundo todo”. O pensamento de Michelle diverge do inferido do livro de Paula Sibilia: tudo que é feito atualmente, é feito para o outro. Dentre os inúmeros estúdios de tatuagem de Miami ela escolhe o Miami Ink obviamente consciente de que lá é filmado um show sobre tatuagens e além disso ainda permite que os produtores