Meus trabalhos
Em abril de 1983, a corrida espacial ganhava novamente as manchetes dos jornais. O presidente americano, Ronald Reagan, anunciou o projeto "Iniciativa de Defesa Estratégica", que previa a criação de um escudo espacial em torno da Terra, munido de armamentos capazes de interceptar mísseis. A idéia, considerada mirabolante pela opinião pública, teria um custo de 200 bilhões de dólares. Em poucos meses, o projeto, apelidado de "Guerra nas Estrelas", acabou caindo no esquecimento.
O ânimo beligerante do presidente Reagan seria dramaticamente esfriado em janeiro de 1986. O ônibus espacial Challenger explodia em pleno ar, segundos após o lançamento, diante da assistência aterrorizada de milhões de americanos. Sete tripulantes perderam a vida, entre eles uma professora de 38 anos.Mais discreta, a União Soviética dava seqüência ao programa espacial com o projeto Mir, lançado em fevereiro de 86. Eram módulos semelhantes ao
Explosão da Challenger: revés da Nasa
Salyut, destinados à longa permanência dos cosmonautas no espaço.
"Em dezembro de 1988, entrevistei em Moscou o cosmonauta Yuri Romanenko, que ficou 326 dias, 11 horas e 38 minutos a bordo da Mir, quebrando na época o recorde de permanência de um homem no espaço. Romanenko disse-me que, na Mir, ele contava com um quarto confortável para dormir, além de espaço para ginástica. O cosmonauta fazia contato com os familiares na Terra através de naves de apoio, não tripuladas, que levavam e traziam objetos, cartas, fitas de vídeo e até comidinhas caseiras autorizadas pelos médicos. A título de curiosidade, Romanenko afirmou que sempre sabia quando sobrevoava o Brasil, por causa de fortes explosões de luz sobre o país. Um detalhe que nunca me foi esclarecido por nenhum cientista".
José Arbex Jr.