metáfora da linha vermelha
Pensar de forma crítica é saber defender e argumentar, rigorosamente, as nossas opiniões. Nesse aspecto, a filosofia, encarada como uma forma de atitude crítica se aproxima da ciência, pois ela se baseia em argumentação para responder aos diversos questionamentos. Já a opinião não tem fundamentação, consiste em uma ideia generalizada. Como exemplo, podemos dizer que um carro é uma coisa com rodas. De fato, o carro é uma coisa com rodas, mas não basta que algo tenha rodas para que seja um carro. Desse modo, “dar a nossa opinião” não é suficiente e difere do pensar de modo crítico.
Como se pode ver no nosso dia-a-dia, na nossa realidade, estamos constantemente “dando opiniões”. No ano passado (2013), uma “onda” de manifestações tomou conta do Brasil. As pessoas iam às ruas protestar contra os gastos do governo com os grandes eventos esportivos, o preço alto das tarifas do transporte público e várias outras questões que têm indignado os brasileiros, como a corrupção e a falta de investimentos na educação, na segurança pública e na saúde. Entretanto, a maioria das pessoas que participavam dos protestos tinha uma opinião acerca dos motivos dos protestos, mas não se questionavam, e nem sabiam realmente dar soluções sustentáveis para os problemas que existiam.
Aliada a essa “onda de protestos”, a “Occupy Wall Street” se assemelha ao movimento anteriormente mencioado, pois consiste em um descontentamento entre a classe média, e com demandas específicas – a tarifa do transporte no Brasil e os excessos de Wall Street na crise financeira nos EUA.
Com isso, surge a metáfora da linha vermelha, descrita por Zizek. Pode-se relacioná-la à oposição entre atitude crítica e opinião, pois a falta de tinta vermelha é uma metáfora da “nossa” condição: “nos sentimos livres, mas nos falta a linguagem
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