metodologia
Mills distingue os seguintes focos para, do ponto de vista comunicacional, se observar na sociedade:
(i) a proporção entre emissores de opinião e receptores;
(ii) a possibilidade de réplica a alguma informação ou opinião comunicada por alguém ou alguma instituição;
(iii) os efeitos que as opiniões emitidas podem ter – isto é, a ação resultante da opinião;
(iv) a vigilância de autoridades governamentais sobre as pessoas.
Definem-se a partir destes focos os tipos-ideais acima mencionados. Num extremo, na comunidade de públicos, todos emitem e todos recebem informações e opiniões e todos possuem direito de responder e comentar aquilo que lhes é dito; as opiniões surtem efeito, e não há infiltrados entre os públicos, cerceando-lhes a opinião. No outro extremo temos a sociedade de massas, onde um pequeno número de emissores faz frente a uma gigantesca massa de receptores e praticamente não há chance de se comentar ou questionar aquilo que se absorve; as opiniões de pessoas da massa, quando as há, tendem a não ter conseqüências relevantes, e há possibilidade de agentes estarem observando o que é dito entre a sociedade.
Uma das provas, segundo Mills, da nossa caminhada rumo a uma sociedade de massa é a própria degeneração que o termo público tomou nos dias de hoje. Enquanto, nos primórdios do liberalismo, público designava justamente um grupo de pessoas com interesses, posições e crenças definidas e com capacidade de exercer sua pressão na tomada das decisões, hoje esta categoria serve para fazer