Tendo em vista os inúmeros acontecimentos ocorridos nos últimos tempos no campo do conhecimento, entre eles a crítica à racionalidade instrumental, o perspectivismo interpretativo e o movimento da virada para a linguagem, tem-se utilizado muito na educação a abordagem das pesquisas qualitativas. Trata-se de um modo de investigação surgido com o movimento de rejeição ao modelo positivista de produção do conhecimento, que se estende desde a fenomenologia, passando pela hermenêutica, à dialética em seus diferentes desdobramentos, tendo como objetivo principal apreender os fatores não considerados pelas pesquisas de ordem hipotético dedutivas. O artigo propõe uma discussão sobre a forma de recepção das pesquisas qualitativas na educação. Entende que existe uma falta de compreensão que permite a apropriação dessas pesquisas de maneira nem sempre adequada às suas exigências. Questiona, assim, o empobrecimento da sua experiência no campo educativo, compreendendo a importância do quantitativo nas abordagens em suas diferentes configurações. As abordagens qualitativas surgem na educação como consequência das críticas às abordagens quantitativas, em que tudo era explicado pelo uso de medidas, de procedimentos estatísticos, de testes padronizados e codificados por sistemas numéricos.Nessas abordagens, a finalidade da investigação (educativa) consistia, como nas ciências naturais, em ascender ao conhecimento de regularidades que, funcionando como leis, poderiam aplicar-se à prática (educativa) com o objetivo de melhorar a eficácia dela. Segundo esse estudo, as principais características do método empírico-quantitativo são: -busca os fatos ou as causas, prestando pouca atenção aos estudos subjetivos ou interativos; -é objetivo, excluindo os valores, orientado à comprovação; -é reducionista, inferencial, hipotético e dedutivo; -almeja resultados que podem ser generalizados, utilizando metodologia estatística;- é fragmentado, aleatório e não leva em consideração o