Metamorfoses
Na Metamorfose, o mito de Ceres (também conhecida na mitologia grega por Demeter) e Fome, reside na ideia de que quem desobedece aos deuses é severamente punido, com a tortura e eventualmente a morte.
Ceres é a deusa do Olimpo, que se ocupa da terra: providencia a abundancia dos cerais e cuida das searas. É filha de Saturno e irmã de Júpiter.
A Fome, é um daemon ou seja um espírito neste caso maléfico, um demónio, que faz de intermediário entre os deuses e o homem. Os Fados (destino), não permitem o encontro entre as deusas, pois a Fome poderá contaminar com a sua “peste”, a querida Deusa da terra – Ceres.
Ovídio descreve a Fome, com uma clareza tal que deixa o leitor mortificado de medo ao imaginar tal personagem: aspeto medonho, em forma de esqueleto, mumificado, possuidor de uma pequena réstia de vida, um espirito do mal. Ninguém o descreveu, tão bem como ele, a sua narrativa, inventa uma nova forma de descrever o imaginário, que nos faz presenciar os acontecimentos. Como diria Farmhouse 1: “Ovídio é reconhecidamente um mestre na arte de descrever”. Tal como Farmhouse, também Ettore Paratore, legitima em Ovídio o mérito de grande versejador reconhecendo-o em Séneca, que aprendeu com ele “várias coisas para a análise do coração…”2., bem como nos poetas: Estácio, Petrónio, Apuleio
Toda a obra ovidiana, é resultado da mudança política, social e cultural, concretizada pelo Imperador Romano Otávio Augusto, que com o seu ministro Mecenas, propagandeou o seu Principado, incentivando a divulgação das glórias de Augusto, protegendo os artistas como Ovídio.
O Século de Augusto, assim consagrado pela história, foi muito fecundo na criação de obras clássicas, consideradas as mais importantes