Metacontigências
METACONTINGÊNCIAS EM WALDEN TWO1 SIGRID S. GLENN2 NORTH TEXAS STATE UNIVERSITY
RESUMO Há uma distinção entre contingências de reforçamento (relações contingentes entre uma classe de respostas e uma conseqüência comum) e metacontingências (relações contingentes entre uma classe de operantes e um resultado cultural de longo prazo). A utopia ficcional apresentada em Walden Two é examinada em termos dos tipos de metacontingências próprias daquela cultura. Sugere-se que, se uma cultura se aproxima de uma utopia, deve-se dar atenção às metacontingências e às contingências de reforçamento que as mantêm. Li o livro de B. F. Skinner, Walden Two, pela primeira vez, por volta de 1972, e imediatamente me senti inclinada a fazer minhas malas: certamente alguém o fizera acontecer. Desde aquele tempo, tenho ouvido falar sobre comunidades reais baseadas na utopia ficcional de Skinner – mais notavelmente Twin Oaks e Los Horcones. Mas quero a utopia como é apresentada no livro – totalmente gerada pela caneta de Skinner. Talvez, como Estragon e Vladimir, na peça de Samuel Becket, eu esteja esperando por Godot, que trará a Terra Prometida até mim. Pelo menos espero por um Frazier, o ficcional projetista de Walden Two, que saberá o que fazer e como fazê-lo. Uma solução mais provável, para alcançar um mundo melhor, pode estar no arranjo de melhores contingências em nossos ambientes atuais, que nos levem em direção àqueles objetivos. Podemos começar isso aqui e agora. Buscar em outro lugar, assim como aguardar por um idealizador brilhante, provavelmente não tornará o começo mais fácil. Nossa tarefa parece ser a de abrir um caminho através da imensidão que nos separa da Terra Prometida, projetando e construindo os veículos de que necessitamos para nos levar até ela. Em resumo, devemos criar a tecnologia, o que envolve mais do que “aplicar alguns princípios gerais” (Skinner, 1969, p. 7). Com esse objetivo, tenho gasto algum tempo tentando entender as diferenças fundamentais entre