mestre
José Roberto Pereira
Biólogo, MsC., PqC da APTA Regional/ Pólo Regional do Vale do Paraíba
As verminoses que acometem os bovinos causam apreciáveis prejuízos econômicos aos pecuaristas decorrentes, entre outras causas, da menor produção do leite, diminuição do peso, retardo no crescimento, porta de entrada para outras doenças, menor resposta às vacinas e morte de animais (Figura 1). Os danos causados aos animais estão relacionados à ação espoliativa, redução do apetite e do aproveitamento dos alimentos (TRAVASSOS, 1950; FREITAS, 1976).
O tratamento do rebanho com anti-helmínticos (vermífugos) efetivos soluciona momentaneamente o problema. No entanto, o uso exagerado destes produtos acelera o processo de resistência (defesa) dos parasitos aos compostos aplicados.
Figura 1. Bovino leiteiro com 60 dias de idade
O desenvolvimento de resistência não está relacionado somente ao tratamento excessivo. Práticas de manejo equivocadas que diminuem a população de parasitos em refugia (população de larvas nas pastagens que permanece suscetível (sensível) aos anti-helmínticos), como tratamento indiscriminado dos animais do rebanho, dosificações (tratamento com vermífugo) em época de seca (desfavorável à população de larvas sensíveis) ou uso exaustivo de um mesmo princípio ativo também aceleram o processo de resistência (ECHEVARRIA, 2006).
Diante desta realidade e da ausência de trabalhos deste caráter no Vale do Paraíba, Estado de São Paulo, realizou-se o levantamento no município de Pindamonhangaba das práticas adotadas pelos criadores de bovinos com aptidão leiteira para o controle da verminose em 40 propriedades rurais, mediante entrevista com produtores ou administradores das propriedades, aplicando-se questionário relativo ao tratamento (época, razão, recomendação, idade dos animais) e produtos dosificados (princípio ativo, formulação, dose) (Tabela 1).
Tabela 1.