Mestado
No primeiro capitulo Bauman analisa a ideia de mutabilidade, mudança, alteração na percepção de como nós actualmente vemos o tempo e o espaço em plena era de Globalização. 1. Como isso influi na organização social; 2. Como é visto o tempo e o espaço por diferentes classes sociais e profissionais.
Tal “visão” leva ao conceito de “proprietário- ausente”;uma entidade “patronal” ou um “profissional” que já não necessita ou é obrigada (os privilegiados dentro deste novo sistema) a ficar parada geograficamente/fisicamente no mesmo espaço, antes move-se ao redor do mundo.
Este conjunto de privilegiados obteve (1) liberdade de movimentos – que origina – a (2) “não responsabilização” pelos (3) actos do que faz, precisamente pela capacidade de mobilidade dos movimentos.
Cita Albert J.Dunlap”
“…a companhia pertence às pessoas que nela investem- não aos seus empregados, fornecedores ou à localidade em que se situa” - Página 13.
Tradução: que os empregados, fornecedores, e os porta vozes da comunidade (o poder político?) não tem voto na matéria relativamente às actividades da empresa.
A mensagem não é uma declaração de intenções, mas uma afirmação de facto.
Efeitos 1: os centros de decisão foram alvo de uma guerra e essa guerra originou o deslocamento deles, para uma dimensão livre de restrições territoriais ou restrições de localidade.
Efeitos 2: os empregados são recrutados na população. Tem responsabilidades pessoais e familiares; não podem mover-se, seguindo a companhia quando ela muda de lugar. Os fornecedores tem que entregar a matéria prima e os custos locais de transporte dão uma vantagem ao fornecedor local que desaparecem assim que a companhia muda. A localidade fica onde está.
Só quem investe na companhia – tem “voz” – é que não está preso no “espaço físico”. Pode fugir às consequências dos seus actos (fechar uma fábrica num local e abrir noutro.) (Segundo esta interpretação doentia dunlapiana das coisas)
O espaço e o tempo são novas