A era industrial aumentou consideravelmente a produção de bens de consumo. Agora, na era da informática, esse consumo foi extremamente facilitado, através da internet. No quotidiano, o consumismo é muito estimulado e vendido como felicidade para a população. Seria verdadeira essa analogia? Com as altas taxas de desemprego e a coisificação do homem, a população fica com seu emocional fragilizado. Essa fragilidade é fruto da exclusão social e da concepção de homem como ser descartável. Em uma sociedade com uma cultura substituível, representada pela cultura de massa, o homem também o é. Além de sofrer com estressantes jornadas de trabalho, transporte longo e demorado, o homem sofre muito em seu tempo livre. Ele anseia por tempo livre, mas muitas vezes não sabe o que fazer com ele, porém o que ele mesmo prefere é o descanso ou outro lazer. Esse é o momento mais oportuno para as campanhas de marketing. Impossibilitado (financeiramente) de se desenvolver pessoalmente através de estudo ou com o uso qualificado de seu tempo livre, o homem passa horas na frente da TV ou fazendo coisas que na maioria das vezes não desenvolve seu intelectual. Assim, o carro representa a liberdade, a cerveja representa a alegria, o remédio representa a paz. As campanhas padronizam os sentimentos e os oferecem personificados em produtos. E ainda estimulam a troca desses mesmos produtos, pouco tempo depois, por outros melhores e mais modernos. O grande erro das pessoas que se entregam ao consumismo desenfreado sem refletir é que, apesar de inúmeras tentativas, o mal-estar causado pela exclusão social, pela alienação do tempo, não pode ser aliviado pelos produtos consumidos. A felicidade e a realização pessoal não vêm embaladas e prontas para o consumo; são frutos de equilíbrio emocional, autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Características que são alcançadas, gradualmente, no decorrer da vida.