MERCADO E IMPERFEIÇÕES DE MERCADO: O CASO DA ASSISTÊNCIA SUPLEMENTAR
Resenha Bibliográfica– Teoria Geral setenta anos depois . André Moreira Cunha. 1
Ferrari Filho, Fernando. Teoria Geral setenta anos depois: ensaios sobre Keynes e teoria pós-keynesiana. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2006, 263 p.
O ano de 2006 marcou a passagem dos setenta anos de publicação da “Teoria Geral do
Emprego, juros e moeda” (Teoria Geral, de agora em diante) e dos sessenta anos da morte de seu autor, John Maynard Keynes (1883-1946). Muitas polêmicas podem ser associadas ao nome de Keynes. O fato de ele ter sido o economista mais influente do século XX dificilmente seria uma delas. Há pelo menos duas contribuições marcantes em sua fértil vida pública que garantem a longevidade de sua influência: no plano teórico, sua vasta obra e, especialmente, a Teoria Geral, deu vida à macroeconomia moderna. Conforme assinalam Snowdon e Vane (2005, p. 13):
“ainda que seja importante lembrar que economistas antes de Keynes discutiam o que agora chamamos de questões macroeconômicas, tais como ciclos econômicos, inflação, desemprego e crescimento .... o nascimento da macroeconomia moderna enquanto um tratamento coerente e sistemático dos fenômenos agregados pode ser localizado na publicação, em fevereiro de 1936, da teoria Geral do emprego, juros e moeda de Keynes.” 2
Como um desdobramento do anterior, no plano político o reformismo de inspiração keynesiana vem moldando – por afirmação ou oposição – as forma de intervenção do
Estado nas economias de mercado. As três décadas que se seguiram ao lançamento da
Teoria Geral testemunharam a transformação do “keynesianismo” em sabedoria convencional seguida pela maioria dos acadêmicos e policymakers no mundo ocidental.
Em sua primeira roupagem o pensamento keynesiano dominante foi encapsulado dentro dos cânones do neoclassicismo. Verificou-se o casamento entre as necessidades de preservação daquilo que Keynes chamava de teoria clássica com o ímpeto reformista moderado de um