mentes perigosas
Ao se deparar com esses alunos problemáticos e sem interesse em se dedicar aos estudos, ela, que a princípio mantinha uma postura tradicional de ensino, percebe que precisa reformular sua prática pedagógica para criar um vínculo com seus alunos, a fim de motivá-los.
Ao transformar radicalmente a sua atitude dentro de sala de aula, trazendo para suas aulas assuntos relevantes à realidade de mundo de seus alunos, ela enfrenta automaticamente a resistência da direção da escola que insiste na idéia de que os alunos devem, exclusivamente, se deter ao programa educacional pré-estabelecido, e jamais participar de atividades que não forem relacionadas a ele. Contudo, Louanne não se intimida e decide enfrentar esse sistema tradicional de educação, fazendo uso da poesia como meio de incentivar seus alunos a refletirem sobre a dura situação social na qual se encontram.
A primeira cena do filme relacionada ao processo ensino e aprendizagem é a que Louanne aproveita o fato de ser ex-militar e saber caratê para motivar os alunos, e com isso conseguir a atenção deles. Com essa dinâmica ela mostra que para ocorrer o processo de ensino aprendizagem é preciso um envolvimento de ambas as partes, ou seja, professor e aluno. Uma escola como a do filme, e muitas outras que existem hoje, não está nem um pouco interessada em que contexto ou realidade o aluno vive. Ignora qualquer fator seja ele, social, econômico ou cultural. Na cena em que ela propõe aos alunos que analisem poesias, ela quer nada mais que despertá-los para uma reflexão crítica da realidade em que estão inseridos.
Por isso, pode-se dizer que o êxito do procedimento didático só será eficaz se a ação pedagógica intervier na realidade dos educandos, ou seja, a escola, os professores,