Mensalão
Marcelo da Fonseca
Publicação: 01/08/2012 11:34 Atualização: 01/08/2012 11:37
O maior escândalo de corrupção envolvendo a compra de votos parlamentares poderia não ter vindo à tona se não fosse uma suposta quebra de acordo entre um empresário e um funcionário público. A insatisfação de um dos envolvidos no esquema que fraudava licitações para os Correios o levou a armar uma prova contra seus antigos parceiros no desvio de recursos públicos. Quando o caso chegou à mídia, novos nomes foram envolvidos na fraude. As denúncias se tornaram uma verdadeira bola de neve, passando de um plano mais simples arquitetado para que algumas empresas levassem vantagem na venda de materiais a órgãos públicos para uma ação organizada que envolvia mais de 100 pessoas, entre parlamentares, ministros, empresários e presidentes nacionais de partidos políticos.
A partir da denúncia feita em junho de 2005 pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), de que seu partido teria recebido uma oferta em dinheiro por parte do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares para votar a favor do governo alguns projetos no Congresso, as acusações se tornaram rotina e, a cada dia, novos nomes apareciam nos jornais. Duas CPMIs foram criadas para apurar as denúncias e três parlamentares perderam as vagas na Câmara.
Um ano depois de deflagrado o esquema, a denúncia chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), e cresceu a expectativa de que o caso teria fim. No entanto, na maior casa de Justiça do país, os adiamentos se tornariam frequentes e o processo judicial passou a se arrastar.
A expectativa é que agora, com o processo e o julgamento em curso, o esquema que apareceu graças a uma gravação de um empresário envolvido em negociações fraudulentas tenha um desfecho. O fim da novela ficará nas mãos de 11 ministros.
A CRONOLOGIA DO MENSALÃO
2005
10 de maio
Revelada filmagem feita em março mostrando o chefe do Departamento de Contratação e