Mensalão

Há entre os Ministros do Supremo Tribunal Federal gigantes, pessoas normais, alguns juristas já cansados, apenas esperando a aposentadoria compulsória e, decididamente, pelo menos um pigmeu moral.
Quando olho o MInistro Dias Tofolli, cujo rosto não manifesta qualquer constrangimento por estar ali, julgando um processo em que seu comprometimento é mais do que evidente, não consigo me livrar dessa sensação, a sensação incômoda de que há pigmeus num recinto tão nobre.
Quando ele foi indicado por Lula, eu já duvidava de seu potencial intelectual e nem vou entrar no mérito de quando não passou em alguns exames de proficiência jurídica. Achava-o sem preparo, simplesmente, fato que se confirmou nos primeiros julgados de sua lavra.
O que me assustava era a desfaçatez do presidente boquirroto ao nomear um advogado do seu partido, cuja carreira juridica foi toda plasmada em dar pareceres e defender as trapaças petistas, para a maior Corte do País, à qual só devem ascender advogados de notório saber e idoneidade acima de qualquer exame.
Não sei se Lula já previa o tsuname que se abateria sobre o PT e seus mensaleiros quando depositou Dias, qual cavalo de Tróia, no STF, justamente o Tribunal que iria julgar os aloprados corruptos do partido oficial.
Mostrando sua índole, de homem de partido, obediente e servil, Dias Tofolli andou aceitando favores de um advogado que vai defender um dos mensaleiros, num casamento pra lá de badalado no exterior e ainda se viu namorando uma das advogadas de José Dirceu, o maior dos quadrilheiros que serão julgados no STF.
Hoje, discute-se nacionalmente se Dias Tofolli deveria se declarar impedido ou devia ser declarado suspeito nesse chamado julgamento do Mensalão. Ele, e aí reside o meu constrangimento de vê-lo ali, de toga, pronto para dar seu voto de favor aos patrões, não se declarou impedido. E, por certo, não se sente suspeito.
O voto de um juiz impedido anula o julgamento.
Ainda no Dr. Google, acessível ao tablet do Ministro, se