Menino de engenho - personagens
(ler os slides abaixo) “Era um menino triste. Gostava de saltar com meus primos e fazer tudo o que eles faziam. Metia-me com os moleques por toda a parte. Mas, no fundo, era um menino triste. Ás vezes dava para pensar comigo mesmo, e solitário andava por debaixo das árvores da horta, ouvindo sozinho a cantoria dos pássaros.” “Pensava então naquilo que junto de gente eu não podia pensar. Já estava no engenho há mais de quatro anos. Mudara muito desde que viera de Recife.” “Fiquei um menino medroso. De dia, porém, esperando meus canários, amava a solidão. Era ela que deixava falar o que eu guardava por dentro – as minhas preocupações, os meus medos, os meus sonhos. O mundo de um menino solitário é todo dos seus desejos” “A negra Luísa fizera-se de comparsas das minhas depravações antecipadas. Ao contrário das outras, que nos respeitavam seriamente, ela seria uma espécie de anjo mau da minha infância. Ia me botar pra dormir, e enquanto ficávamos sozinhos no quarto, arrastava-me a coisas ignóbeis.” “Á noite, quando essa gente retornava, saíam atrás os moleques, com as latas de mel e os cabaços de caldo na cabeça. Mas tudo isso, que fazia um acontecimento, agora me parecia de longe, indiferente. Só pensava nos meus retiros lúbricos com o meu anjo mau, nas masturbações gostosas com a negra Luísa.”
Karen - Coronel José Paulino: figura representativa da