Memórias
Em 10 de março de 1921, nascia na cidade de Jaboticabal/SP., Nina de Albuquerque, hoje com 90 anos.
Até os seus dois anos de idade, morou no sítio, numa casa simples, com fogão à lenha, feita de pau-à-pique e coberta com sapê. Não se lembra dessa casa e o que sabe sobre ela, é pelo que os seus pais, seu Antonio e dona Marialva, falavam.
Embora tenha começado a trabalhar cedo, mais precisamente com dez anos, sua infância foi tranqüila e cheia de descobertas, assim como outra criança qualquer e parte dela, a D. Nina passou numa casa de alvenaria, que ficava numa chácara dentro da cidade.
O quintal era grande, tinha horta e vários tipos de árvores frutíferas, entre elas, pé de jabuticaba, manga e ameixa. Tomava leite de cabra todos os dias, pois seu pai criava cabras no quintal. Ela gostava muito de leite com polenta.
Quanto as brincadeiras, preferia brincar com bola, que era feita de meia, pois naquela época era difícil adquirir bola de couro. Costumava brincar também, de barra-manteiga, que batia na mão da coleguinha e saia correndo. Um tipo de pega-pega ou pic’s nos dias atuais.
Teve sete irmãos, Angeli, Alberto, Afonso, Reinaldo, Cícero, Mindinho e Mara. Por ser a filha mais velha, tinha que ajudar a cuidar deles. Às vezes, saia com seu pai ainda de madrugada, e ia de carroça para o sítio buscar frango e queijo para vender na cidade. Assim que terminavam de vender, voltavam prá casa, pois seu horário na escola era do meio-dia às dezessete horas. Era uma longa caminhada até a escola e nesse percurso, a D. Nina pegava ou entregava roupas que sua mãe lavava prá fora. Seus pais, descendentes de italianos, eram bastantes rígidos. Tudo tinha que ter uma certa ordem, portanto, na medida do possível, ela também ajudava nos afazeres da casa. Com o tempo, seu pai parou de vender nas ruas e começou a trabalhar numa fábrica de macarrão, que pertencia a irmã dele. Daí, então, ela passou a levar marmita