Brasil foods (perdigão/sadia)
Do mesmo jeito que o ator Antônio Fagundes anunciou aos brasileiros o surgimento "da maior cervejaria do mundo", com a fusão entre AmBev e Interbrew, a atriz Marieta Severo foi convocada para mostrar como a nova companhia será mais uma empresa nacional forte no exterior e para evocar o orgulho de ser brasileiro.
Do mesmo jeito que Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, principais acionistas do Itaú e do Unibanco, dividiram o palco e responderam em conjunto às perguntas sobre o novo banco, Luiz Fernando Furlan e Nildemar Secches, presidentes do conselho de Sadia e Perdigão, o farão sobre a Brasil Foods.
Até mesmo Lequetreque, o frango-mascote da Sadia, foi chamado para abraçar o coração símbolo da Perdigão num dos filmes, mostrando finalmente o enlace ensaiado e ameaçado há anos, que criará a empresa de R$ 22 bilhões de faturamento anual.
Com a estratégia de comunicação montada, filmes gravados e hotel para a conferência de imprensa reservado para as 9h30 de ontem, o anúncio foi adiado "por questão de vírgulas" nas participações acionárias, diz um executivo.
Isso porque a parte mais difícil do acordo é chegar a um consenso sobre a participação dos atuais controladores na nova empresa, que será diluída, mas representará parte de uma companhia maior. Assim, qualquer casa decimal significará muita diferença financeira aos acionistas.
De todo modo, o negócio é dado como certo pelas duas partes e está previsto para ser anunciado na tarde da segunda-feira. Na avaliação dos executivos, todas as oscilações possíveis dos papéis de Sadia e Perdigão, por conta da fusão, já aconteceram desde o anúncio da retomada das negociações, em abril. Assim, não deve haver a preocupação em fazer o anúncio antes ou depois do fechamento do mercado.
Ontem, as ações