memorias

Querida infância
Quando se é criança, o mundo é apenas um grande parque de diversões. E são essas as primeiras lembranças que trago em mim.
Lembro que, ainda bem pequena, gostava de sair correndo atrás de meus primos, era uma corrida sem finalidade corria-se por correr, minha mãe dizia que parecia um menino não parava quieta. Vivi isso e muito mais no bairro chamado Jurunas nome de origem indígena, na cidade de Belém, bom a rua não tinha saída eu morava no fim dela em uma vila com casas simples, de madeira com um andar, que pertencia aos meus bisavôs maternos, vila essa que foi dividida entre os dez filhos. Era muito bom ter a família por perto, melhor ainda quando nos reuníamos para aniversários, natal, tudo era tão cheio de cor alegria e muita comida.
A vila sempre foi o lugar onde meus primos e eu adorávamos brincar, lembro com um sorriso de quem aprontou, quando corria na vila a tarde (período esse que minha bisavó dormia) assim que ela ouvia o barulho de crianças brincando na vila, se levantava o mais depressa possível, e pegava um cacho de açaí seco que ficava no quarto atrás da porta, depois descia as escadas, e saia atrás das crianças, quando eu a via corria mais rápido que um foguete, entrava em casa atropelando tudo pela frente, subia as escadas e me escondia de baixo da cama da minha tia, só saia de lá quando a bisa se cansava de procurar. Nossa! Comecei a rir só de lembrar esses momentos.
Uma recordação que até hoje me emociona ao lembrar-se da minha infância, era o cheiro de terra molhada, todo fim de tarde a chuva dava o ar de sua graça tornando as noites menos quentes, não sei se já falei, mas aqui em Belém o clima e quente e úmido, e todas as tardes chove, por esse motivo eu ficava feliz de sentir e ouvi o barulho da chuva caindo no telhado.
Quando faltava energia, sentava na porta com minha família e as piadas e historias de terror começavam a se desenrolar, não sabia se ria ou ficava assustada, bom, mas enfim. Não foram só de alegrias que