Memorial
A reflexão sobre as práticas pedagógicas utilizadas no meu processo de alfabetização me remete as lembranças da minha feliz infância. Situar criticamente o meu processo de alfabetização será uma oportunidade de pontuar situações que foram importantes e marcantes nas minhas memórias educacionais. Esta reflexão também me fará refletir sobre as práticas adotadas nos diferentes contextos históricos. Meu primeiro contato com a escola foi aos cinco anos de idade, em uma escola particular aqui do bairro. A escola ainda existe, e na época era muito bem conceituada naquela área. Recordo-me que a minha adaptação não foi muito difícil, eu gostava muito de ir para o jardim de infância. Eu achava tudo muito bonito naquela escola, o parquinho, as salas de aula com aquelas cadeirinhas pequeninas, a instituição não possuía uma estrutura física das grandes escolas, sua característica era atender ao jardim, a pré-escola e o primeiro segmento do fundamental (o antigo 1ª a 4ª série). Porém a minha permanência no jardim se limitou ao primeiro ano de estudo. Nos anos oitenta a criança ingressava no ensino fundamental obrigatoriamente aos sete anos de idade, e não fosse a habilidade da minha professora em reconhecer um aluno, digamos avançado, eu ainda poderia ter vivenciado mais um ano feliz no meu lindo jardim. A professora provavelmente acreditava que estava fazendo o melhor para mim, então ao notar o meu excelente desempenho e adaptação, propôs a minha mãe, em acordo com a direção da escola, a minha aceleração de série. A proposta foi a seguinte, que no próximo ano eu, aos seis anos de idade na década de oitenta, ingressasse no C.A (antiga classe de alfabetização). Não me recordo dos detalhes, pois ainda era muito criança, mas acredito que naquele momento eu dava o primeiro passo na difícil tarefa de aprender o “BEABÁ”. Todas as minhas grandes possibilidades de desenvolver meus saberes nas diferentes formas de