memorial
Elaborar um memorial descritivo é reconstituir a própria existência. Essa não é uma tarefa fácil, pois, na opinião de Moraes (1992),memorial é um retrato crítico do indivíduo visto por múltiplas facetas através dos tempos, o qual possibilita inferências de suas capacidades.
“Pedir aos adultos que, através do uso da memória,contem ou narrem suas lembranças, não é pedir para reviver esse período, significa um trabalho de pensar, refletir sobre seu significado hoje e no passado”. (SETUBAL e SILVA, 1989 apud FERNANDES, 2001,p.167).
Pela primeira vez em minha vida escrevo um memorial. Desafio nada fácil. As etapas da minha vida estão circunscritas nas fases por que passo e passei.
Descartada qualquer pretensão deobjetividade imparcial, sinto que o maior desafio está em como falar de uma história heterogênea e muitas vezes complexa as quais as recordações não são boas. Nesse processo me abstenho de lembranças,pois em meu processo de aprendizagem passei por perdas irreparáveis e desmotivadoras, falo da perda do meu maior admirador e incentivador, meu pai.
Nesse reencontro com minha memória, é como se euentrasse em mim sem pedir licença, e sem medo de evidenciar os pontos pouco desvendados da minha trajetória, buscando ultrapassar o espaço do trabalho e falando de outras dimensões de minha vida.Nunca gostei de falar das dificuldades pelas quais passei na minha infância, porém elas me fizeram perceber que a vida deve ser exercitada a cada momento e que de certa forma, desde a minha