Memorial
A educação se dá em um dado contexto histórico-social, sendo afetada pelo mesmo. Sua prática institucionalizada é um dos instrumentos necessários à socialização. Assim como em outras instituições sociais, família, igreja, etc., a escola oferece aos sujeitos, através de sua atuação, regras, valores, conceitos, que possam ser utilizados em seu cotidiano, viabilizando a troca com outro semelhante, o uso da linguagem, signos e símbolos compartilhados culturalmente. Todas as instituições sociais têm papel importante na dinâmica da educação e no acesso do sujeito ao convívio em sociedade. A escola tem por trás dela uma ideologia, ideais, métodos e objetivos, estabelecidos pela sociedade na qual ela se situa. Pode ensinar como e o que pensar, mas também deve estimular as potencialidades de seus alunos, ajudando na constituição de um sujeito autônomo e atuante.
Entretanto, essa escola enfrenta muitas dificuldades no Brasil. Ela não representa uma realidade para todos: para muitos é apenas um lugar para passar o tempo, comer, fugir das ruas, dos problemas da casa... O lugar onde a educação ocorre é descaracterizado em sua função primeira, o ensino. A escola não atinge a todos os alunos. A dimensão socioeconômica se coloca como uma barreira, criando um universo no qual o discurso dos professores, ou melhor, a ação educativa não consegue penetrar. O aluno não possui ou não consegue ter a compreensão dos conteúdos transmitidos em sala de aula.
Há que se pensar que todas as relações são políticas em sua essência e o professor é o agente social representante da instituição de ensino. O principal ingrediente é a atitude do educador em lidar com o conhecimento, abandonando ações que geram submissão, evitando o posicionamento distante e inatingível a exemplo dos semideuses e transformando a avaliação em conquista e reconhecimento pelo esforço e não como instrumento de ameaça e controle.
É preciso, portanto, que como educadores,