Melhores trabalhos
Para além disso o Brasil, e os outros países lusófonos, têm-nos como necessária porta de entrada noutros mercados e culturas ocidentais.
No âmbito da Lusofonia cabe a Portugal, de novo o ensinar e civilizar as suas ex-colónias, das quais, por seu turno necessita para manter a sua identidade europeia e até a independência face à Europa, de modo a continuar a ter aspirações a contar alguma coisa no panorama internacional.
Acresce a esta situação o facto de a lusofonia servir para Portugal defender o seu património secular, histórico, linguístico e cultural no Mundo. Na verdade, os portugueses não são imperialistas como os outros, mas fizeram uma colonização “excepcional,” “humanizada” que levou ao desenvolvimento das colónias através do seu génio e missão colonizadores, os quais são próprios da raça.
— Por fim, a ideia de que a lusofonia é um jardim (como já era uma certa África em tempos de Exposição do Mundo Português), desenvolvendo uma retórica discursiva e mediática que não assume o inevitável e necessário confronto de olhares e de interesses. Desta forma, pretende-se conferir à lusofonia (tal como outrora ao Império) uma lógica predominantemente afectiva e moral: cada parte não pode dar largas ao seu “egoísmo” e deve concorrer para o todo, para o bem comum.
Em suma, sabemos que a língua, e para mais a nossa que quis ser, e foi, imperial, bem como o modelo económico liberal em que vivemos, não são inócuos e têm um poderosíssimo desejo assimilador das diferenças internas dentro da lusofonia, como outrora no interior do Império.
Sabemos, ainda, que partilhamos uma história nem sempre gloriosa. Resta-nos, assim, começar do princípio, pacientemente, e de forma continuada e persistente instalando-nos em primeiro lugar a nós, portugueses, no campo de um auto questionamento histórico radical, nos antípodas de uma estereotipia