Meio ambiente
Morte de 129 operárias nos EUA, greves e violência marcaram a criação da data
Quem conta um conto aumenta um ponto. Isso é o que parece ter acontecido, no decorrer dos anos, com as explicações para o surgimento do dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.
A versão mais difundida é a de que a data é uma homenagem às 129 operárias americanas que, em 1857, morreram queimadas dentro da fábrica têxtil onde trabalhavam, em Nova York.
Elas haviam acabado de fazer uma greve em que reivindicavam melhores condições de trabalho, como diminuição da jornada de 16 para dez horas por dia. As trabalhadoras teriam sido trancadas dentro da fábrica e mortas propositalmente, em um incêndio criminoso. No entanto, há controvérsias sobre se, de fato, tal episódio teria acontecido.
Outro fato importante teria acontecido em 1908, também no dia 8 de março, no qual aproximadamente 15 mil mulheres se reuniram nas ruas de Nova York para reclamar por seus direitos e contra o trabalho infantil.
A essa altura, ganhavam força as manifestações femininas também na Europa. Em 1910, organizações socialistas lideradas pela alemã Clara Zetkin encontraram-se em Copenhague, na Dinamarca, e resolveram adotar uma data única para celebrar dia da mulher em todo o mundo. Decidiu-se por 19 de março, data que chegou a ser comemorada no ano seguinte por países como Dinamarca, Suíça, Alemanha e Áustria.
Patrões trancavam as portas das fábricas
Em 1911, dessa vez no dia 25 de março, outro acontecimento envolvendo condições precárias de trabalho feminino reforçou o movimento a favor das mulheres. Um incêndio na companhia Triangle Waist Company, também nos Estados Unidos, matou 141 dos 500 trabalhadores da fábrica, entre mulheres, crianças e adolescentes italianos e judeus.
Apesar de acidental, a tragédia era anunciada: as fábricas costumavam manter suas portas trancadas, pois os patrões alegavam serem comuns os roubos por parte