Mediastinite
Logo após a segunda Guerra Mundial, houve uma expansão industrial global, e com isso o deslocamento da população rural para os grandes centros urbanos. O resultado da expansão industrial e do aumento populacional urbano corroborou com a deterioração da qualidade de vida da população e no aparecimento das doenças crônico-degenerativas, como por exemplo, a hipertensão arterial sistêmica, doença arterial ateromatosa coronariana e o diabetes(1). A deterioração na qualidade de vida e o aparecimento progressivo dessas doenças fizeram com que se desenvolvessem novas técnicas cirúrgicas e com isso a criação de abordagens revolucionárias para cirurgias intracavitárias, como a esternotomia(2). A incisão do esterno (esternotomia) para poder ter acesso ao coração, foi introduzido por Milton(3) em 1897, e foi difundida por Julian(2) em 1957. Esta técnica foi amplamente utilizada no passado, porém nos dias de hoje tem sido evitado sempre que possível, devido ao seu grande potencial de complicações pós-operatórias. Procedimentos cardiológicos menos invasivos com cateteres, balões ou abordagens cirúrgicas a partir de reduzidas incisões torácicas tem sido priorizados, com o intuito de reduzir a morbidade. Porém essas e outras técnicas menos invasivas possuem limitações em relação à visualização e ao acesso ás estruturas cardíacas(4). Na cirurgia cardíaca quando é utilizada a esternotomia, podem ocorrer complicações infecciosas e profundas na ferida operatória, denominadas de mediastinite. Esta complicação é geralmente grave e freqüentemente desastrosa e é temida pela maioria dos cirurgiões. A mediastinite é definida como Infecção dos tecidos profundos da ferida operatória, associada à osteomielite do esterno, podendo comprometer o espaço retroesternal(5). Sua incidência varia de 0,2% a 5% pós-cirurgia cardíaca com esternotomia, porém é uma complicação grave com alta taxa de mortalidade, que varia de 14% a 47%