MAX WEBER
A ÉTICA PROTESTANTE E O
ESPÍRITO DO CAPITALISMO
Weber procurou encontrar uma possível relação entre valores e condições para o estabelecimento do capitalismo, que se vincula à racionalização na vida prática.
Weber constatou a presença significativa de protestantes de várias seitas entre os empresários e os trabalhadores qualificados nos países mais industrializados.
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Weber levantou a hipótese da existência de algum tipo de afinidade particular entre certos valores presentes na época do surgimento do capitalismo moderno e aqueles disseminados pelo calvinismo.
Para os puritanos, a perda de tempo é o primeiro e o principal de todos os pecados.
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A perda de tempo, através da vida social, é absolutamente dispensável do ponto de vista moral. Weber cita máximas publicadas por Benjamin Franklin, as quais servem de expressão do que ele chama de “espírito do capitalismo”
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“Lembra-te de que tempo é dinheiro”.
“Lembra-te deste refrão: o bom pagador é o dono da bolsa alheia...”
“Nunca conserves dinheiro emprestado uma hora além do tempo prometido...”
“O som de teu martelo às cinco horas da manhã ou às oito da noite, ouvido por um credor, o fará conceder-te seis meses a mais de crédito...”
(p.142).
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O trabalho torna-se portanto um valor em si mesmo, e o operário ou o capitalista puritanos passam a viver em função de sua atividade ou negócio e só assim têm a sensação da tarefa cumprida. O puritanismo condenava o ócio, o luxo, a perda de tempo, a preguiça
(p.142).
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Para Weber, o puritanismo prega não uma simples técnica de vida, mas, sim, uma ética peculiar, cuja infração não é tratada como uma tolice, mas como um esquecimento do dever. Não é mero bom senso comercial, mas, sim, um ethos.
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Ricos e pobres deveriam trabalhar sem descanso, “o dia todo em favor do que lhes foi destinado” pela vontade de Deus, para estarem seguros quanto à sua salvação. Deveriam glorificar a Deus, por meio das atividades produtivas que tinham se tornado um dever a ser metodicamente