Maus tratos na infancia
INTRODUÇÃO
A violência contra a criança e o adolescente, tem sido uma das grandes preocupações mundiais, atualmente. Durante os últimos anos, constatamos um interesse crescente sobre o problema. A violência familiar é aquela que ocorre dentro do lar e este vem sendo um local muito comum, para a expressão da violência contra crianças e de adolescentes, à medida que nele se estabelece o confronto subjetivo e cotidiano da disciplina, dominação e resistência, sendo então, o lugar propício para manifestação de violência física, sexual, psicológica e negligencia. É multifacetada, surgindo por meios de ações que se interligam, interagem e se fortalecem. Qualquer que seja o ato de agressão praticado ou o motivo que o gerou, transforma-se em atentado à dignidade humana, assumindo características mais graves quando direcionado contra alguém que não possui maneira de se defender, fugir ou lutar contra ela. Identificar e encaminhar estes casos torna-se condição sine qua non (sem a qual não) para os profissionais da saúde, em especial médicos e enfermeiros pediatras, que convivem tão proximamente às crianças, podendo salvaguardar os direitos destes pequenos seres indefesos que, na maioria das vezes dependem de terceiros para retirá-los deste ciclo, muitas vezes sem fim, de abusos e maus tratos de toda espécie. Muitos dos sinais e sintomas da violência poderão passar desapercebidos ou mesmo serem camuflados, pelo agressor, o que torna a necessidade de conhecer os indícios de maus tratos, fator relevante para o enfermeiro que atende esta clientela, em diversos contextos como pronto atendimento, postos de saúde, entre outros. Em 1961, a Academia Americana de Pediatria, durante simpósio sobre o tema, reconheceu a Síndrome da Criança Maltratada ou Síndrome de Caffey (em homenagem ao precursor dos estudos sobre maus tratos na infância) e a definiu como um conjunto de sinais e sintomas que decorrem de ações