Matérias de odontologia
QUE HÁ DE NOVO NA
ODONTOLOGIA
Formação do esmalte dentário, novas descobertas, novos horizontes
Clarice Nishio*
A formação do esmalte dentário é um processo biológico complexo, porém bem coordenado e que envolve duas fases: secreção e maturação9. O desenvolvimento do esmalte é regulado por células epiteliais, ameloblastos, que expressam um importante conjunto de genes que codificam a produção de proteínas essenciais para a formação desse tecido dentário6. Sabe-se até o presente momento que, durante o estágio de secreção, os ameloblastos sintetizam e secretam proteínas da matriz do esmalte, tais como amelogenina, ameloblastina e enamelina; e da enzima enamelisina, também chamada MMP-206,9. A deficiência de uma dessas proteínas e/ou enzimas pode levar à má formação dentária, tal como uma hipoplasia do esmalte (amelogênese imperfeita) de diversas magnitudes de severidade. Porém, o mecanismo de como cada uma dessas proteínas exerce a sua função e influencia o processo de mineralização do esmalte dentário ainda permanece obscuro. Recentemente, foram identificadas duas novas proteínas, chamadas amelotina3,7 e apina5,6 (em Inglês, amelotin e apin), que também são sintetizadas pelos ameloblastos. Diferentemente das outras proteínas, a amelotina e a apina são produzidas durante a amelogênese no estágio de maturação; fase importante para o desenvolvimento final da dureza do esmalte. Essas duas novas substâncias são codificadas por dois diferentes genes que, de acordo com a sua localização genômica e estrutural, fazem parte de um mesmo grupo de proteínas que secreta e estabiliza íons de Ca e PO4 no corpo e/ou guia a deposição de CaPO4 em matrizes extracelulares
receptoras. A similaridade dessas proteínas, encontradas tanto em seres humanos como em suínos, ratos e camundongos, sugere que são proteínas que se perpetuam nas espécies mamíferas6. Estudos com imunolocalizadores3,7 demonstraram que a amelotina está presente tanto na lâmina basal, na interface com a