maternidade
ISABEL SANTOS SILVA, MARIA CÉU ALMEIDA
DEFINIÇÃO, INCIDÊNCIA, FACTORES DE RISCO, DIAGNÓSTICO
As hemorragias do pós-parto podem ser precoces, quando ocorrem nas primeiras 24 horas após o parto, ou tardias, se ocorrem após as primeiras 24 horas e até 6 semanas após o parto.
A incidência ronda 2-10% de todos os partos.
Os factores de risco conhecidos estão descritos no Quadro 1, mas muitas situações ocorrem em mulheres sem factores de risco.
Tradicionalmente, define-se hemorragia pós-parto como uma perda sanguínea de volume superior a 1000 ml, ou por uma redução do hematócrito superior a 10% ou pela necessidade de transfusão sanguínea. Em Portugal não é hábito quantificar as perdas hemáticas no parto nem realizar um hemograma pós-parto por rotina, pelo que o diagnóstico baseia-se na visualização de uma perda hemática muito abundante, no aparecimento de sintomas associados (como mal-estar, tonturas, sensação de desmaio) ou pela constatação de uma hipotensão marcada.
As hemorragias pós-parto precoces representam a grande maioria das situações, tendo como causas principais: atonia uterina (80%), traumatismos do tracto genital e a retenção de restos placentares. Causas mais raras são a inversão uterina, a rotura uterina, a coagulopatia materna prévia, e as situações de acretismo placentário.
No caso das hemorragias pós-parto tardias a sua etiologia mais frequente é a sub-involução do leito placentar, a presença de fragmentos de placenta e membranas e a endometrite crónica.
Quadro I
Factores de risco para hemorragia puerperal
Multiparidade
Aumento excessivo de volume uterino – gravidez múltipla, macrossomia fetal, hidrâmnios Trabalho de parto arrastado ou precipitado
Utilização de ocitocina no trabalho de parto Miomas uterinos
Alterações da coagulação Corioamniotite
Placenta prévia
Placenta acreta, percreta ou increta Antecedentes de hemorragia pós-parto
PREVENÇÃO DA HEMORRAGIA PUERPERAL
A prevenção da