Materialismo histórico dialético
A luta de classes como motor de uma história marxizante0]
A Filosofia marxista configurou, de fato, um novo enfoque teórico de análise da História. Enquanto os historiadores positivistas baseavam seus estudos na “genealogia da Nação Moderna”, por intermédio dos documentos oficiais escritos, compondo uma história das elites políticas, “reacionária” do ponto de vista teórico, Marx afirmava ser a Luta de classes[2][->1] o verdadeiro fundamento de uma História em movimento. Sua teoria privilegiou a dinâmica econômica e social como princípios fundantes do desenrolar histórico. Sem dúvida, o Materialismo Dialético promoveu um amadurecimento teórico e metodológico à ciência histórica. Apesar de ter escrito poucas obras especificamente de História[3][->2], Karl Marx (1818-1883) foi o criador do Materialismo Histórico Dialético. Suas principais influências caminhavam em duas direções: da filosofia de Friedrich Hegel (1770-1831) herdou o método dialético, a dinâmica entre tese-antítese e síntese que simbolizam o movimento das idéias, assim como, uma interpretação racional da História:
Para Hegel, a racionalidade da História evidencia-se também através da maneira como aquele objetivo tem sido alcançado: sob a forma de uma ordem que é exibida pelos sucessivos estágios do processo [...] exposta em sua obra: “A Ciência da Lógica”, Hegel afirma: “As insuficiências de um primeiro conceito, ou “tese”, levam-nos a afirmar sua “antítese”, e a tensão entre elas vem, afinal, a resolver-se por meio de um terceiro conceito que efetua uma “síntese” dos elementos precedentes – repetindo-se o processo na medida em que cada qual das sínteses, submetida a mais acurada reflexão, venha a tornar-se a tese de uma nova e “mais elevada” tríade. (DRAY, 1977, p 106-107)
O método dialético proposto por Hegel nos escritos de sua Filosofia da História permite uma visão determinista do indivíduo e de suas ações