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A crise do Feudalismo e as origens do mundo moderno: Desde o início da Idade Média a Europa Ocidental caminhou para a enfeudalização. Como vimos, o feudo, esta unidade administrativa que funciona de forma autônoma, atingiu o seu auge entre os séculos IX e X, devido a descentralização política e centralização religiosa. Economicamente o estava centrado na produção agrária, o pouco da produção artesanal ficava localizada nos senhorios, porém, ao contrário do pensam alguns historiadores, as atividades comerciais não ficaram estagnadas.
Ao contrário, durante todo período em que se desenvolveram as relações feudais a economia agrária não era exclusiva, pois o comércio, mesmo que de forma irregular e variável se manteve. O principal componente econômico do feudalismo era a interligação entre servos e o senhorio. Os senhorios, ou domínios senhoriais, estavam divididos em três partes: A reserva senhorial, o manso servil e as terras comunais. Os valores que mantinham os servos na terra e faziam deles trabalhadores, de acordo com Georges Duby, estavam baseados nas relações de solidariedade, e nas obrigações morais. Assim, neste contexto sócio- econômico nasce a ideia da sociedade tripartida, em que clérigos, senhores e servos vivem em harmonia para manter a coesão social e divina. A sociedade feudal era uma sociedade de ordens. Mas o que isso significa? Nas palavras de Geoges Duby (1994), ordem vem da palavra ordo que recebeu um duplo significado pela igreja medieval: um ato legal e público, que confere ao indivíduo um estatuto... um corpo privilegiado, isolado do resto, investido de responsabilidades específicas. Uma organização justa e boa do universo, aquilo que a moral, a virtude e o poder tem por missão manter. (Duby, 1994, p. 93) Desta forma, a ordem regula a vida social dos indivíduos inserindo-os em lugares apropriados, encerrando-os em suas atividades, como se estivesses predestinados a