O filme “A classe operária vai ao paraíso” é um clássico do cinema, com viés político. Retrata o processo de conscientização política de um operário, que de forma dialética, consegue mostrar as contradições da vida do trabalhador que enquanto se politiza recebe as influências do capitalismo pelo modo “necessário” de ser consumista. Lulu, personagem principal do filme, é um personagem modelo, que possui comportamento de submissão enquanto produz. Depois de sofrer um acidente de trabalho na fábrica, Lulu começa a receber formação politica, com influencia do sindicalismo, dos discursos de estudantes extremistas e também da loucura de um colega de trabalho que foi parar no manicômio. Considerando que o filme é um documento referencial para às lutas da classe operária e também da esquerda, pode-se destacar a alienação do trabalho no capitalismo, sendo exposta claramente no diálogo entre Lulu e seu companheiro Militina, no momento que este, variando em sua “loucura”, reflete sobre à utilidade das peças que produziam. Daí referencia-se a utopia: o muro que precisa ser derrubado, possibilitando o acesso ao paraíso para todos os operários.Nos dias atuais, O Manifesto Comunista de Marx ainda possui influencia sobre nossas relações de trabalho. O Manifesto faz uma análise do impacto da emergência do capitalismo, antecipando seu caráter global, fornecendo elementos que permitem pensar a chamada modernidade capitalista. Também não há como negar a centralidade da luta de classes (porque simplesmente elas não deixaram de existir), a tendência à centralização e concentração de capitais, o aprofundamento das desigualdades sociais, a intensificação e extensão da exploração que acompanha a expansão e a competição capitalista - situação agravada na periferia do capitalismo, como é o caso do Brasil, que se insere, de forma subordinada, no capitalismo internacional, desenvolvendo políticas econômicas em consonância com os interesses do grande capital internacional.