MARX, Karl. O Capital. Livro I, capítulo I.
MARX, Karl. O Capital. Livro I, capítulo I.
Segundo Marx, a riqueza das sociedades capitalistas ocorre devido à “imensa acumulação de mercadorias” (p.41). Sendo assim, o objeto de estudo do autor nesse capítulo consiste na análise da mercadoria- um objeto externo que satisfaz as necessidades humanas, seja direta (meio de subsistência) ou indiretamente (meio de produção).
Uma das características da mercadoria é ser dotada de valor de uso. Este se refere ao valor natural de qualquer coisa que consiste na capacidade de satisfazer às demandas ou servir às comodidades humanas. O valor de uso só se realiza com a utilização ou o consumo e independe da quantidade de trabalho empregado no processo produtivo.
Outro caráter da mercadoria é o valor de troca – o valor das mercadorias- que, ao contrário do valor de uso, depende da quantidade de trabalho empregado; além de variar de acordo com o tempo e espaço- é algo relativo. Necessariamente, para algo deter valor de troca, deve possui valor de uso, utilidade. Um tipo de mercadoria é tão bom quanto outro, caso o valor de troca seja o mesmo de modo que não existe diferença entre coisas cujo valor de troca seja o mesmo (1 quarter de trigo = n quintais de ferro, por exemplo – são produtos distintos, mas que em determinada medida ou quantidade possuem o mesmo valor de troca).
Um bem só possui valor de troca porque nele está materializado o trabalho humano. Seu valor é medido, portanto, pela quantidade de trabalho contida no produto e esta, por sua vez, é medida pelo tempo de trabalho. Quanto maior o tempo para se fazer determinada mercadoria, maior é o seu valor de troca. Esse tempo, no entanto, é o tempo de trabalho em média necessário socialmente para a produção de determinado produto- para evitar que indivíduos inábeis ou preguiçosos que demoram, pois, para executar suas tarefas produzam uma mercadoria de exorbitante valor de troca.
A grandeza do valor de uma mercadoria varia com o tempo de trabalho requerido