Marx, Karl. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1996. Livro primeiro, Tomo 2, Cap. XXIV - A assim chamada acumulação primitiva
Sobre o autor
Karl Marx (1818-1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna. O pensamento de Marx influencia várias épocas, já tendo sido inclusive eleito o maior filósofo de todos os tempos. Foi de uma família de origem judaica de classe média da cidade de Tréveris, na época no Reino da Prússia.
Formando em direito a partir de um momento de sua vida perdeu interesse por esta ciência, voltando-se principalmente em seu doutoramento para a Filosofia, tendo sido influenciado pelo pensamento de Hegel, que pertencia a mesma universidade que cursou.
Relato do texto
A acumulação primitiva, ao ocasionar a separação entre o produtor e os meios de produção (p. 340), fixa o ponto de partida para a instauração do circulo vicioso da acumulação capitalista.
Os primórdios da produção capitalista já se apresentava esporadicamente em algumas cidades mediterrâneas, nos séculos XIV e XV, porém seu surgimento em definitivo ocorreu no século XVI; dita Marx que “onde a era capitalista surge, a servidão (dos vassalos aos seus suseranos) já está abolida há muito tempo e o ponto mais brilhante da Idade Média, a existência de cidades soberanas, há muito começou a empalidecer” (p. 341).
Com a expropriação dos meios de produção dos produtores independentes rurais esses se vêem compelidos a vender a própria força de trabalho para subsistirem e consequentemente se transformam em trabalhadores assalariados. Nesse sentido a expropriação da base fundiária do produtor rural, do camponês, forma a base de todo o processo de acumulação primitiva e, por conseqüência, dá ensejo anos mais tarde ao surgimento do capitalismo.
As causas da expropriação do povo do campo de sua base fundiária foram: - Usurpação de suas terras comunais com vistas à maximização dos lucros obtidos com a