MARIVAUX
Pierre Carlet de Chamblain de Marivaux, nasceu no dia 4 de fevereiro de 1688 e faleceu na mesma cidade em 12 de fevereiro de 1763. Mais conhecido como Marivaux, foi um jornalista, dramaturgo e romancista francês.
O teatro de Marivaux retoma o lema da comédia castigat ridendo mores ("rindo, corrige os costumes") e constrói uma espécie de ponte entre o teatro tradicional italiano da commedia dell'arte e seus personagens (principalmente Arlequim) e o teatro mais literário, mais próximo dos autores franceses e ingleses da época.
Marivaux é considerado por alguns como o mestre francês da máscara e da mentira. Principal instrumento da mentira, a linguagem é também máscara por trás da qual se escondem os personagens. Estes são frequentemente jovens, aterrorizados diante da vida e da idéia de desvelar seus sentimentos. As aventuras psicológicas desses personagens, ao mesmo tempo complexas e ingênuas, desenvolvem-se sob o olhar dos mais velhos (os pais) e dos espectadores, que zombam deles, em uma mistura de indulgência e maldade.
Voltaire considerava o teatro de Marivaux de grande sutileza psicológica e dizia: Ele pesa ovos de mosca em uma balança de teia de aranha. 1 Mas esse comentário deve ser interpretado como uma crítica ao teatro de Marivaux, que Voltaire considerava fútil e desinteressante, tendo sido um grande rival e crítico do dramaturgo, no seu livro Le Temple du goût.
No século XVIII, seu sucesso nunca foi absoluto: os integrantes da Comédie-Française e seu público não o apreciavam, e o teatro italiano tinha importância secundária. Por outro lado, Marivaux sempre se manteve fora do clã dos grandes filósofos do seu tempo. Mas, posteriormente, já no século XIX, o sucesso das peças de Alfred de Musset provoca uma verdadeira ressurreição de Marivaux, que encontra então um público entusiasmado que o considera muito moderno, justamente em razão da complexidade, que lhe valera tantas críticas por seus contemporâneos.
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