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DO SUJEITO DA SINTAXE AO SUJEITO DO DISCURSO: UMA APLICAÇÃODIDÁTICA
Marilena Inácio de Souza – UNEMAT marilena-souza@uol.com.br Resumo: Este artigo pretende, por um lado, verificar como a língua em funcionamento preciso de enunciação concorre para que o sujeito da ação verbal possa se apagar em função de uma forma lexical nominal determinada pelo sujeito do discurso, por outro, apresentar possibilidades didáticas de trabalhar, em sala de aula, com uma visão discursiva da linguagem, considerando não apenas o sujeito gramatical, mas, sobretudo, os efeitos de sentidos produzidos pelo sujeito do discurso ao escamotear-se por meio de alguns fenômenos de sintaxe. Para ilustrarmos o que estamos falando, apresentamos algumas manchetes presentes nas primeiras páginas do jornal A Folha de S. Paulo e as interpretamos linguísticodiscursivamente. Trabalhamos no limite entre o discurso e a língua para trazer à tona a rede de implícitos, o pré-construído que sustenta o discurso que se evidencia nas manchetes em questão. Para tal, tomamos por base os postulados teórico-metodológicos da Análise do
Discurso de orientação francesa, teoria da linguagem que busca evidenciar que o sentido possui uma relação de imbricamento com a história. Evidenciamos que a linguagem não ocorre em um vácuo social e que, portanto, textos orais e escritos não têm sentido em si mesmos, mas são os interlocutores situados no mundo social com suas ideologias, valores, projetos políticos, histórias e desejos que constroem seus significados para agir na vida social.
Essa teorização tem uma implicação prática, porque possibilita trabalhar em sala de aula com uma visão de linguagem que fornece artifícios para os alunos aprenderem, na prática escolar, a compreender os discursos que circulam atualmente na nossa sociedade.
Palavras-chave: sujeito; discurso; efeito de pré-construído.
Introduzindo a reflexão
Este estudo parte do pressuposto de que a partir da entrada do Neoliberalismo no nosso país surgiram novos